O futuro de frotas e mobilidade: principais tendências para 2025 e adiante
Nos próximos três anos, os gestores de frotas devem enfrentar um cenário com grandes desafios e muitas oportunidades. Com base nas percepções de 8.061 profissionais da área, em 28 países, o Barômetro de Frota e Mobilidade 2025, do Arval Mobility Observatory, aponta três frentes principais de transformação: sustentabilidade ambiental, controle de custos e satisfação dos colaboradores.
Para construir esse panorama, o estudo partiu de três perguntas:
- Quais mudanças de curto prazo estão moldando o mercado?
- Que tipo de veículos as empresas esperam ter em três anos?
- Como as soluções de mobilidade afetam a mobilidade corporativa?
A partir dessas questões, o Barômetro traçou um retrato global, mas também conseguiu captar nuances nacionais. No Brasil, 300 profissionais participaram da pesquisa — amostra definida por uma cota global que considera o porte das empresas e seus setores. Os dados de cada país apontam caminhos próprios e refletem tanto os desafios locais quanto as estratégias adotadas pelas empresas para evoluir nesse cenário em transformação.
Confira as seguir os principais destaques dessa pesquisa para o mercado brasileiro.
Empresas brasileiras projetam um futuro estável e de crescimento para suas frotas
Apesar das persistentes incertezas globais, a maioria das empresas brasileiras continua confiante quanto ao futuro de suas frotas. A expectativa é de continuidade e expansão, impulsionadas tanto pelo avanço comercial quanto por demandas relacionadas a Recursos Humanos.
De acordo com o Barômetro 2025, 86% das companhias brasileiras preveem que suas frotas permanecerão estáveis ou crescerão nos próximos três anos. Dentro desse grupo, 22% esperam um aumento na frota, reflexo direto do desenvolvimento dos negócios.
Além da expectativa de projeção, observa-se um movimento estratégico na composição das frotas. Um exemplo é o uso de veículos de segunda mão, adotado por 59% das empresas, principalmente como reservas ou para veículos de ferramentas. A prática é mais comum entre pequenas empresas (68%) do que em grandes corporações (40%).
O potencial de crescimento do leasing operacional continua significativo
O full service leasing, ou leasing operacional, continua a se destacar no Brasil. Segundo a pesquisa, 40% das empresas brasileiras estão considerando introduzir ou expandir o leasing operacional nos próximos três anos, o que está em linha com a média da América Latina (39%).
Nesse sentido, embora ainda seja um método secundário, 25% das empresas brasileiras relatam que o full service leasing é o principal método de financiamento de suas frotas, indicando uma crescente preferência por soluções mais flexíveis e multifuncionais.
Eletrificação permanece estável nas frotas brasileiras
A adoção de tecnologias eletrificadas nas frotas brasileiras segue em ritmo linear. Em 2025, 13% das empresas já implementaram pelo menos um modelo eletrificado (HEV, PHEV ou BEV) em seus veículos de passeio — um índice que permanece o mesmo há dois anos e ainda abaixo da média latino-americana (21%).
Quando olhamos para os planos futuros, 40% das empresas no Brasil consideram adotar alguma tecnologia eletrificada nos próximos três anos. Essa tendência é percebida em empresas de todos os portes.
Apesar desse movimento, os níveis atuais de adoção seguem modestos: 6% para híbridos, 4% para BEVs e 4% para PHEVs. Além disso, a eletrificação das frotas deve ter um avanço limitado nos próximos três anos, com as três tecnologias alternativas alcançando entre 10% (BEV, PHEV) e 13% (HEV).
A infraestrutura de recarga continua sendo um dos principais obstáculos: 67% das empresas apontam a falta de estrutura como a principal barreira para o uso de veículos 100% elétricos. Por outro lado, 81% afirmam já contar com uma estratégia de recarga ou planejam desenvolvê-la em breve.
Uma lacuna de conectividade confirmada: alto nível de equipamentos, mas uso limitado de dados telemáticos
A telemática está em expansão nas frotas brasileiras, com 49% das empresas adotando veículos conectados, superando a média latino-americana de 43%. Entre elas, 26% têm veículos de passeio conectados e 32% têm LCVs conectados, mantendo números estáveis em relação ao ano passado.
No entanto, o uso dos dados gerados por esses sistemas ainda é limitado. Apenas 25% das empresas estão utilizando os dados telemáticos, embora 47% tenham interesse em usá-los nos próximos anos[BV1] . As principais razões para a adoção são melhorar a eficiência operacional (37%) e aumentar a segurança/saber a localização dos veículos (36%).
Embora a tecnologia esteja em crescimento, há uma grande oportunidade para as empresas ampliarem o uso de dados telemáticos e otimizarem suas operações.
Mobilidade dos funcionários ganha força nas estratégias corporativas
A mobilidade corporativa segue como prioridade para as empresas brasileiras. Em 2025, 84% delas já adotaram ou consideram implementar políticas voltadas aos deslocamentos dos colaboradores, enquanto 64% já aplicaram ou planejam aplicar soluções práticas de mobilidade. Ambos os índices colocam o Brasil à frente da média global e em linha com os demais países da América Latina.
Entre as medidas mais comuns estão o reembolso de transporte público e o subsídio de veículo ou valor equivalente — iniciativa já adotada ou em avaliação por 35% das empresas, reforçando seu papel como uma das opções mais atrativas para os funcionários.
As áreas de Recursos Humanos têm papel central nessa agenda: entre 45% e 53% das empresas indicam as demandas de RH como principal motivação para desenvolver políticas de mobilidade. Alguns dos fatores que estão nessa equação, são a antecipação de regulamentações futuras (34%) e a conformidade a Responsabilidade Social Corporativa (32%).
Os desafios futuros da mobilidade corporativa
A conscientização das empresas brasileiras sobre a necessidade de descarbonização está crescendo. Embora apenas 17% tenham metas de descarbonização definidas, 20% estão avaliando essa possibilidade — sinal de que o tema vem ganhando relevância nas estratégias corporativas. Os dados se mantêm estáveis entre empresas de diferentes portes e refletem a média da América Latina.
Entre as empresas com metas já estabelecidas, a mobilidade dos funcionários é vista como um fator relevante para a descarbonização: 18% a consideram significativa e 34% moderada.
Olhando para os próximos três anos, os principais desafios apontados incluem a promoção da direção responsável (52%), a eletrificação da frota (44%) e a mitigação do aumento do custo total de propriedade (TCO), mencionada por 43%.
Metodologia 2024/2025
Para esta pesquisa independente, foram realizadas 8.061 entrevistas com tomadores de decisão de empresas entre 26 de agosto de 2024 e 6 de novembro de 2024, em 28 países, por uma empresa de pesquisa independente, a Ipsos. Os participantes foram recrutados e entrevistados por telefone. O escopo da pesquisa abrange 28 países: Áustria, Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Grécia, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Eslováquia, Romênia, Suíça, Finlândia, Dinamarca, Noruega, Suécia, México, Canadá, EUA, Turquia, Marrocos, Chile, Peru e Brasil. As empresas participantes operavam pelo menos um veículo.
A distribuição dos entrevistados foi a seguinte:
- 53% eram empresas com 1 a 99 funcionários
- 27% eram empresas com 100 a 249/499/999* funcionários (*dependendo do mercado)
- 20% eram empresas com 250/500/1000* funcionários ou mais (*dependendo do mercado)
[1] A lista de Políticas de Mobilidade testadas no Barômetro 2025 foi a seguinte: Reembolso de despesas com transporte público, reembolso de despesas com veículo pessoal, orçamento de mobilidade, leasing privado ou desconto salarial, aluguel de veículo de curto ou médio prazo, benefício em dinheiro ou carro da empresa.
[2] A lista de Soluções de Mobilidade testadas no Barômetro 2025 foi a seguinte: Compartilhamento de carros, carona compartilhada, leasing de bicicletas, compartilhamento de bicicletas, leasing de scooter ou moto, aplicativo fornecido pela empresa para reservar múltiplas soluções de mobilidade, cartão fornecido pela empresa para pagamento de múltiplas soluções de mobilidade.